quinta-feira, 27 de junho de 2013

BORBA

TEOGONIA BORBENSE
Poesia tradicional alentejana com mote de um poeta daquela simpática vila vinhateira. Este poema foi apresentado num concurso poético realizado durante as FESTAS DA VINHA E DO VINHO e foi destacado com um terceiro prémio. Brincando na própria poesia tradicional tratei o tema à laia de uma TEOGONIA.
 MOTE
Borba... Tu és conhecida
por seres tão nobre e velhinha...
Onde há paz, amor e vida
e a grande "Festa da Vinha".
1
Está, por demais, comprovado,
e não só aos olhos meus...
que Borba é poiso de Deus
que aqui habita encantado...
que ao ter o mundo formado
desta terra fez guarida...
e, para a ter por garantida
fez marmóreos seus rochedos.
P´los prados, trigais, vinhedos...
Borba... Tu és conhecida.
2
E, na doce paz Divina,
fez aqui o paraíso...
convocou o deus Dioniso
para cultivar a campina
com castas de polpa fina
das melhores que em Si detinha...
e, também, como convinha
aos seus divinos manjares...
para divina te tornares
por seres tão nobre e velhinha.
3
E, Deus... sem padres nem bispos...
que 'inda os não havia então,
chamou a Si a gestão
e assumiu todos os riscos.
Pôs chuvadas e chuviscos...
condição que era exigida,
e colocou à partida
ternos ventos, meigas brisas...
por serem sempre precisas
onde há paz, amor e vida.
4
Depois... descansou então,
ao fim do sétimo dia,
teve paz e alegria
que ainda hoje aqui estão...
conteve o vento suão,
deteve a erva daninha...
inventou a cor verdinha
como fundo de ternura
teve amor, teve ventura...
e a "Grande Festa da Vinha" !...

Matos Serra in, Alentejo, as Terras e as Gentes.

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