TEOGONIA BORBENSE
Poesia tradicional alentejana com mote de um poeta daquela simpática vila vinhateira. Este poema foi apresentado num concurso poético realizado durante as FESTAS DA VINHA E DO VINHO e foi destacado com um terceiro prémio. Brincando na própria poesia tradicional tratei o tema à laia de uma TEOGONIA.
MOTE
Borba... Tu és conhecida
por seres tão nobre e velhinha...
Onde há paz, amor e vida
e a grande "Festa da Vinha".
1
Está, por demais, comprovado,
e não só aos olhos meus...
que Borba é poiso de Deus
que aqui habita encantado...
que ao ter o mundo formado
desta terra fez guarida...
e, para a ter por garantida
fez marmóreos seus rochedos.
P´los prados, trigais, vinhedos...
Borba... Tu és conhecida.
2
E, na doce paz Divina,
fez aqui o paraíso...
convocou o deus Dioniso
para cultivar a campina
com castas de polpa fina
das melhores que em Si detinha...
e, também, como convinha
aos seus divinos manjares...
para divina te tornares
por seres tão nobre e velhinha.
3
E, Deus... sem padres nem bispos...
que 'inda os não havia então,
chamou a Si a gestão
e assumiu todos os riscos.
Pôs chuvadas e chuviscos...
condição que era exigida,
e colocou à partida
ternos ventos, meigas brisas...
por serem sempre precisas
onde há paz, amor e vida.
4
Depois... descansou então,
ao fim do sétimo dia,
teve paz e alegria
que ainda hoje aqui estão...
conteve o vento suão,
deteve a erva daninha...
inventou a cor verdinha
como fundo de ternura
teve amor, teve ventura...
e a "Grande Festa da Vinha" !...
Matos Serra in, Alentejo, as Terras e as Gentes.
Sem comentários:
Enviar um comentário