sábado, 22 de junho de 2013

ARRONCHES

POESIA TRADICIONAL " À VILA DE ARRONCHES "

MOTE
Se a Arronches chegas ou passas
logo a tristeza atenuas...
Andam ternuras e graças
por praças, becos e ruas.

I
Se a avistas da lonjura,
tão colorida, tão bela...
te parece uma aguarela
sobre um fundo de ternura.
Inserida na planura...
se passas, logo te enlaças
nas suas formas e traças,
malhas de cor e poesia...
Te envolves nesta harmonia
se a Arronches chegas ou passas.
2
Cada rosto é um sorriso
aberto de par em par,
e tu ficas a pensar
que entraste no paraíso...
e apenas é preciso
que o vivas e usufruas...
São tantas as graças suas
e o calor da sua gente
que ao chegares ficas contente
logo a tristeza atenuas.
3
E se estiveres de passagem
ou p'lo mundo andares perdido...
vais te sentir envolvido
se fizeres aqui paragem.
Já não queres seguir viagem,
razão há para que a não faças...
Por trás das lindas vidraças
há fatores de sedução...
A prender-te o coração
andam ternuras e graças.
4
As doces ninfas do rio,
a beleza dos seus montes,
a água fresca das fontes,
o seu ar puro e sadio...
te lançam um desafio
para que fiques e fruas
e que passem a ser tuas
essas riquezas singelas
porque há tantas coisas belas
por praças, becos e ruas.

Matos Serra in, O Alentejo, as Terras e as Gentes.

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